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O início de uma grande história

  • carlessamainardi
  • 7 de out. de 2015
  • 4 min de leitura

Passava alguns minutos das 7 horas da manhã quando ouço meu telefone tocar, pego o mesmo e atendo, pensando que se fosse do hospital, eles poderiam estar precisando de mim, mas não, era apenas Felipe, meu melhor amigo.

-Espero que seja algo muito grave para você estar me acordando as-olho no relógio- As 7 da manhã de um sábado, sendo que é a primeira folga que consigo na semana. Digo

Conheci Felipe a quatro anos quando ele se transferiu para minha turma de medicina. Como eu estava no penúltimo ano de faculdade e Felipe no segundo, fui nomeada sua mentora, logo nos tornamos amigos tipo inseparáveis.

Eu terminei a faculdade e comecei minha residência, enquanto ele continuou na faculdade, estava para se formar esse ano e procurava algum hospital para fazer residência.

Voltando aos dias atuais, Felipe disse que precisava falar comigo urgentemente, que era sobre o Dr.Henrique e que não podia ser por telefone. Disse a ele que chegaria em menos de uma hora e desliguei.

Sai da cama já totalmente desperta e preocupada, Henrique era como um segundo pai para mim. Em menos de 20 minutos tomei banho, me vesti, peguei as chaves da minha moto e, enquanto dirigia até o outro lado da cidade, me lembrei de como conheci Dr.Henrique.

''Eu tinha 8 anos, quando fui diagnosticada com um tumor cerebral inoperável, tinha 6 semanas de vida no máximo, segundo os médicos. Irônia da vida não é mesmo, eu tinha 8 anos e iria morrer em menos de 6 semanas, porque os médicos tinham medo de me operar.

Mas então, em uma última tentativa desesperada, meus pais me levaram até um médico recém-chegado a cidade sabe-se lá de onde, sem passado conhecido, ninguém sabia nada

sobre ele, seu nome era Dr.Henrique Pontes e tinha cerca de 32 anos.

Depois de uma longa conversa ele aceitou fazer minha cirurgia, porém já disse a meus pais que provavelmente eu não sairia da sala de cirurgia com vida.

Devo admitir que eu o odiei depois disso, ele foi muito rude, frio e calculista ao dizer isso a meus pais, apesar de que também não dava falsas esperanças. Então 3 dias depois da consulta, ocorre a bendita cirurgia, pois eu pedi um tempo para que pudesse me despedir de meus amigos.

Eu estava em um quarto amarelo claro esperando me levarem para a cirurgia, já haviam me dado a anestesia, quando minha porta é aberta e Henrique entra com a mãos nas costas, como se escondesse algo. Ele se sentou ao meu lado na cama e disse:

-Olha eu sei que você deve estar com medo, sei também que você não gostou muito de mim, pelo modo como falei com seus pais, mas entenda, eu não queria dar falsas esperanças para eles, para depois ter que chegar até eles e dizer que você não havia resistido.Teria sido pior para eles, acredite em mim, eu sei. Mas eu vou fazer tudo que estiver ao meu alcançe e até mais para trazer você viva para eles, está bem?

Eu fiz que sim com a cabeça, então ele continuou:

-Olha te trouxe uma coisa, é um urso de pelúcia que pertenceu a minha filha quando ela era bebê, quero que fique com ele.

Então ele me entregou um urso branco e felpudo, que tenho até hoje, apesar de ele não saber disso. (Anos depois fui descobrir que a filha dele se chamava Ana e que ela morreu em um acidente junto com a mãe quando tinha 12 anos). Eu ia agradecer a ele pelo urso quando a anestesia fez efeito e eu apaguei.

Quando abri os olhos, vi uma luz muito forte que me obrigou a fechar os olhos com força. Então eu pensei ''porcaria, eu tinha mesmo que morrer na mesa de cirurgia né?''

-Com tanta coisa para fazer. Digo para mim mesma e começo a chorar. Logo sinto um toque no meu rosto secando minhas lágrimas

-Tudo bem princesa, tá tudo bem, a cirurgia correu bem e o tumor foi totalmente removido. Era a voz do Dr.Henrique.

Minha recuperação foi bem lenta, mas bem sucedida, a partir daí Dr.Henrique só tornou meu melhor amigo. Foi por causa dele que acabei me apaixonando por medicina e cursando a mesma, foi também sobre sua supervisão que fiz minha residência.

Porém quando minha residência chegou ao fim, acabamos perdendo contato, pois fui trabalhar para a O.M.S. enquanto ele continuou no hospital.

Cheguei ao apartamento de Felipe em tempo recorde. Mas assim que abri a porta, sim eu tenho a chave do apartamento do Felipe, assim como ele tem a do meu, eu tive uma surpresa. Sentado descansadamente no sofá estava Henrique.

Sem perder tempo corri e pulei no seu colo o abraçando e beijando seu rosto tudo isso ao mesmo tempo, pois estava morta de saudades. Ainda abraçada a Henrique pergunto a Felipe qual era a emergência, e ele me responde:

-Emergência nenhuma gata, só queria te fazer uma surpresa. Você que é exagerada e pensa sempre o pior. Eu ia ralhar com ele, pensei melhor e agradeci a ele ao invés de ralhar afinal eu tinha amado a surpresa.

Passei o dia todo com os dois homens da minha vida, eram 3 mas meu pai já morreu então, e no fim do mesmo acabei recebendo uma propósta irrecusável.

-Então princesa-Começou Henrique- o Hospital em que trabalho como diretor, ta precisando de médicos de emergência, e como os dois são formados especialistas nessa área queria convidar vocês para trabalhar comigo.

Nem precisei pensar antes de responder sim. Felipe faria residência lá sobre minha supervisão, tadinho dele, e depois trabalharia comigo no P.S. do hospital.

Duas semanas depois, embarcamos os três para Nova Yorque, onde ficava o Hospital.

Em nosso primeiro dia Felipe e eu entramos juntos, com o pé direito no Hospital, afinal era ali dentro que nossa vida fazia sentido.

Observação: O.M.S: Organização Mundial da Saúde P.S: Pronto-Socorro


 
 
 

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